sábado, 20 de março de 2010

Sabiá



Declamado na música e poesia brasileira “Minha terra tem palmeira onde canta o Sabiá...”, o Sabiá (Turdus sp.) é um dos símbolos do Brasil e encanta a todos com seu belo canto.

Encontram-se espalhados pelas Américas e Europa, sendo que no Brasil existem cerca de 11 espécies, entre elas o Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), o Sabiá-branco (Turdus leucolulus) e o Sabiá Verdadeiro ou Sabiá-da-mata (Turdus fumigatus). Muitos outros também são chamados de Sabiá, porém não pertencem ao gênero Turdus, como o Sabiá-cica (Triclaria cyanogaster), o Sabiá-do-campo (Mimus saturninos) e também o Sabiá-preto (Platycichla flavipes).

Assim como os Curiós, o canto dos Sabiás é marcado por variações regionais, em especial o canto do Sabiá-laranjeira. Este pássaro apresenta lindas variações como o canto Piedade (muito requisitado na região de Minas Gerais), o Camboriú, o Cai-cai-balão, e o To-to-ito. Pode ainda inserir nestes o canto do Curiango e do João-de-barro. Seu canto pode ser ouvido a partir de meados de setembro, antes mesmo de amanhecer. Este canto tem a função de demarcar território e atrair fêmeas.

O Sabiá-laranjeira mede cerca de 25 cm e pode viver até os 30 anos de idade. Possui uma coloração parda predominante sendo que a região ventral é de coloração ferruginosa, tornando-se levemente alaranjada. Seu bico é amarelo e as patas de cor parda.

Habitam áreas de matas, porém podem ser encontrados também em grandes centros urbanos, nas áreas arborizadas. Assim como outros animais da nossa fauna, o Sabiá só pode ser adquirido de criadores credenciados pelo IBAMA, caso contrário torna-se um crime ambiental.

Reprodução:
Não é possível diferenciar externamente os machos das fêmeas do Sabiá-laranjeira. Ambos constroem o ninho utilizando gravetos, fibras vegetais e barro. A postura é de 3 a 4 ovos em média, de cor esverdeada com pintas cor de ferrugem, e o período de incubação gira em torno de 14 dias. Os filhotes deixam o ninho após 20 dias, porém continuam a ser alimentados pelos pais por mais uma semana.

Manutenção:
O Sabiá precisa de gaiola ou viveiro apropriados, para que possam viver bem e com saúde. A gaiola deve ter no mínimo 100 cm x 45 cm x 50 cm. Esta deve ser posta em um local que receba sol, porém com uma parte sombreada. Deve-se evitar a movimentação da gaiola e a colocação de objetos estranhos dentro da mesma, pois estes pássaros assuntam-se facilmente, podendo vir a se machucar. Limpar sempre os recipientes de água e comida, bem como a gaiola. Evitar locais onde o calor é excessivo e onde existam correntes de ar, garantem condições melhores a estes pássaros.

Rouxinol Do Japão



Espécie que reúne todas as qualidades desejadas por um criador: possui lindas cores, nidifica e domestica-se com facilidade, é resistente e possui um canto muito melodioso.

Características:
Atinge cerca de 15 cm. A cabeça,
pescoço, o dorso, as laterais e as penas superiores da cauda são verde-acinzentados.


A garganta é amarelo brilhante, transformando-se em alaranjado na região do peito
.

Habitat:
Habitam áreas florestais, vivendo em pequenos grupos ou aos pares durante o período reprodutivo.

Cativeiro:
São melhor mantidos em aviários amplos, com muitos arbustos, onde poderão encontrar insetos para comer, esconder-se e nidificar na vegetação mais frondosa.

Reprodução:
A postura é constituída de 03 a 05 ovos que são incubados alternadamente pelo macho e pela fêmea, por um período de 12 dias. Os filhotes deixam o ninho com 03 semanas de vida.

Periquito Australiano



O Periquito Australiano (Melopsittacus undulatus) foi descrito pela primeira vez em meados de 1700, no continente australiano, onde era conhecido pelos aborígenes (nativos da região) por betcherrygah que significa “boa comida”. Atualmente figura na lista das aves mais populares do mundo.

Levado para a Inglaterra por John Gould em 1840, esta pássaro logo se espalhou por toda a Europa, tornando-se grande sensação devido ao seu comportamento em cativeiro. É também chamado de Periquito Ondulado ou Periquito Zebrado. Sua fama chegou aos Estados Unidos em meados do século XIX. Esta fama quase os levou à extinção, devido à caça.

De sua coloração original, verde claro com cabeça amarelada, originaram-se várias mutações selecionadas. Hoje podemos encontrar mais de 200 variações de cores a partir do verde, do amarelo, do azul, do cinza e do branco, em três tipos de tons: o claro, o normal e o escuro.

Os ingleses fixaram uma mutação que ficou conhecida por Padrão Inglês, cujas principais diferenças são: cabeça mais volumosa, onde o bico fica escondido; tamanho do corpo maior; manchas pretas da garganta mais definidas. O tamanho médio do periquito australiano é de cerca de 17 cm, enquanto que o padrão inglês atinge 20 a 22 cm de comprimento. Os periquitos de maneira geral vivem em torno de 12 anos e, se forem ensinados desde cedo, são capazes de falar, como em alguns casos relatados, até 200 palavras. O aprendizado, porém, requer paciência e perseverança.


Reprodução:
Na grande maioria dos Periquitos Australianos, a diferença entre macho e fêmea é possível devido à coloração da “carúncula” ou “cera”, nome este dado à saliência encontrada logo acima do bico. Nos machos ela é azulada, coloração que se torna mais intensa no período reprodutivo. Já nas fêmeas a carúncula é rósea e em alguns casos bege claro, tornando-se bem marrom, semelhante ao chocolate, no período reprodutivo. As fêmeas colocam até 6 ovos por vez, sendo que o período de incubação gira em torno de 18 dias. Cerca de 30 dias após a eclosão dos ovos, os filhotes já estão prontos para comerem sozinhos.

Na natureza os Periquitos fazem seus ninhos em árvores de madeira macia, sem forração. Alguns criadores experientes aconselham a forração do ninho com serragem, sendo que esta, principalmente após a eclosão dos ovos, deve ser trocada por ficar muito suja.

Manutenção:
O tamanho mínimo de gaiola para um casal é de 70 cm x 30cm x 40 cm (comprimento x largura x altura), de preferência em arame galvanizado, por serem mais higiênicas e mais fáceis de serem limpas. Deve conter um ninho tipo caixa (11 cm x 11cm x 11 cm) com um fundo côncavo e uma porta que facilite a limpeza, além de um bebedouro, um comedouro e uma tigela para que possam tomar banho. A gaiola deve ser colocada em um local que não pegue correntes de vento, porém que não seja abafado e permita banhos de sol de pela manhã. A higiene é muito importante para a prevenção de doenças e para a manutenção do bem estar destes graciosos pássaros.

Papagaios



Inteligentes e falantes, os Papagaios pertencem à família Psittacidae, juntamente com Araras, Agapornis, Cacatuas, Calopsitas, Roselas, Ring-Necks, Periquitos e Maritacas, entre outras 344 espécies espalhadas pelo mundo. O país que mais abriga Psitacídeos é o Brasil, com 72 espécies catalogadas, sendo chamada nas antigas cartas náuticas de “Terra Papagalis”.

Dentre os Papagaios mais populares do mundo temos o Papagaio Verdadeiro ou Baiano (Amazona aestiva), o Papagaio do Congo (Psittacus erithacus), o Papagaio-do-peito-roxo (Amazona vinacea), o Papagaio-do-mangue (Amazona amazonas), o Papagaio-campeiro (Amazona ochrocephala), o Papagaio-galego (Amazona xanthops) e o Papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis).

Podem ser ensinados a pedir coisas, cantar músicas e falar frases inteiras. Considera-se que os Papagaios tenham a inteligência de uma criança de 4 anos, portanto necessitam de atenção, brinquedos e distrações, para evitar problemas neurológicos, o estresse, o arrancar das penas, a agressividade ou gritos excessivos.

Os Papagaios do gênero Amazona (cerca de 28 espécies) estão entre os mais famosos do mundo. O Amazona aestiva aestiva encontra-se distribuído do Piauí ao Rio Grande do Sul (na faixa leste do Brasil) sendo encontrado também no Mato Grosso. Já o Amazona aestiva xantopteryx é encontrado no Paraguai, na Bolívia, no Mato Grosso e também na Argentina. A diferença principal entre eles é que o A. aestiva xantopteryx apresenta mais áreas amarelas na asa e menor quantidade de regiões vermelhas. De maneira geral estes papagaios possuem o predomínio do verde no corpo, variando muito a coloração da cabeça, o que serve inclusive como a “impressão digital” destas aves, pois o mesmo padrão nunca se repete.

O peso varia em torno de 500 g e seu tamanho é de 37 cm em média. Podem viver mais de 50 anos e durante este período irão necessitar de um companheiro (a). Por serem aves barulhentas e faladoras, é necessário estudar bem o ambiente onde serão colocadas, a fim de evitar aborrecimentos com os vizinhos.

A grande maioria dos Papagaios encontra-se ameaçada de extinção devido à captura ilegal (apenas 1 em cada 10 papagaios capturados sobrevive). É possível comprar estes companheiros de criadores credenciados ao IBAMA. O tráfico de animais silvestres é crime ambiental.


Reprodução:
A diferença entre machos e fêmeas não é possível ser visualizada externamente, sendo necessário um exame genético ou laparoscópico para a determinação do sexo. Atingem a maturidade sexual após os 4 anos de idade e o período reprodutivo ocorre entre os meses de outubro e fevereiro. A postura é de 3 a 4 ovos em média e o choco dura cerca de 28 dias. A fêmea passará a maior parte do tempo no ninho e o macho muitas vezes levará comida até ela. Após o nascimento, os filhotes permanecerão no ninho por mais 9 semanas aproximadamente.

Manutenção:
Erroneamente muitos Papagaios são mantidos em gaiolas de tamanho reduzido ou mesmo acorrentados, o que não é nada bom para sua saúde. Eles necessitam de espaço para se locomover, esticar as asas e voar, mesmo que uma pequena distância. A gaiola deve ter espaço para um recipiente com água na qual possam se encharcar durante os apreciados banhos. Brinquedos dos mais variados tipos para que possam se distrair, água e comida balanceada não devem faltar.

O viveiro para um casal necessita de, no mínimo, 2 m de largura, 1 metro de altura e 1 metro de comprimento. Deve ser instalado em um local calmo, onde possam tomar sol pela manhã e que não receba correntes de vento. Evite locais muito úmidos, barulhentos e abafados. O ninho de caixa de madeira com formato em L é o mais utilizado e deve ser instalado em um local abrigado da chuva.

Pássaro Preto



Muito sociável e companheiro, o Pássaro Preto (Gnorimopsar chopi) é uma ave nativa muito conhecida no país. Vale ressaltar que, apesar de seu nome científico, este pássaro não é o Chupim ou Chopim (Molothrus bonariensis), cujo macho é preto azulado e a fêmea amarronzada.

Também conhecido por Melro e Graúna, encontram-se distribuídos por todo Brasil, menos na região Amazônica. Habitam campos, cerrados e outras regiões de mata. Assim como ocorre com todos os animais pertencentes à fauna brasileira, sua comercialização só é permitida junto aos criadores legalmente cadastrados no IBAMA.

São capazes de aprender alguns truques e reconhecer os membros da família, aceitando carinhos e respondendo aos chamados com seu belo canto. Deve, porém, ser “treinado” aos poucos, pois assusta-se facilmente e um trauma maior poderá comprometer a saúde do pássaro, tornando-o medroso e arredio. O Pássaro Preto pode ainda aproximar sua cabeça das barrinhas da gaiola em troca de um afago.

Atingem cerca de 22 cm e na natureza são vistos em bandos, deslocando-se de um lado ao outro.

Reprodução:
Este pássaro não apresenta dimorfismo sexual. Aos 18 meses de vida já estão prontos para a reprodução. A fêmea coloca de 2 a 4 ovos e o período de incubação é de 14 dias em média. Após cerca de 40 dias os filhotes já estão prontos para sair do ninho.

Manutenção:
Não devem ser mantidos em locais com correntes de ar ou onde haja circulação excessiva de pessoas. Dar preferência por viveiros com galhos e árvores. Forneçer folhas de palmeira, capim e estopas para a confecção do ninho. Pendurar também alguns ninhos do tipo caixa com uma única abertura. Limpar sempre os recipientes de água e comida bem como a gaiola e fornecer um recipiente para que possam, eventualmente, banhar-se.

Mandarim


Pertencente à Família Estrildidae, assim como outros “Finches” ou “Diamantes” (Diamante de Gould, Manon, etc.). O Mandarim, Poephila (Taeniopygia) guttata, é um pássaro de fácil adaptação que apresenta uma mistura de cores invejável.

Sua distribuição natural ocorre na Austrália e também nas ilhas da Indonésia, próximas à Bali. É um pássaro de fácil manutenção, fato que os torna muito populares em todo mundo.

Alegres e dóceis, os Mandarins são indicados para quem está começando a criar pássaros, por serem mais resistentes às doenças que outras espécies. Apesar de não adoecerem facilmente, os Mandarins podem vir a arrancar suas penas devido ao estresse causado por superlotação, falta de espaço para voar ou ainda pela falta de material para confecção do ninho.

Estes pequenos pássaros que podem viver até 15 anos, atingem 9 cm de comprimento e devem ser mantidos em duplas ou em bando. Não são pássaros para serem afagados ou acariciados, devendo a observação ser a atividade predominante para aqueles que os tem ou pretendem ter.

Reprodução:
Os machos possuem as patas e o bico de cor vermelho-alaranjado intenso. Apresentam ainda as “bochechas” de coloração diferente, sendo laranja a cor mais comum. Possuem listras pretas e brancas no peito, o que confere a eles o nome “Zebra Finch”. Nas fêmeas a cor do bico e das patas é mais clara e elas não apresentam as “bochechas” diferenciadas ou as listras no peito.

Os Mandarins são bons pais, não abandonam o ninho e defendem muito seus filhotes. Após 11 a 12 semanas de vida as fêmeas já estão prontas para reproduzir, porém não é aconselhável o acasalamento antes dos 6 meses de idade.

O macho constrói o ninho utilizando pequenos pedaços de barbantes, capim e algumas penas caídas no fundo da gaiola. As fêmeas colocam de 3 a 8 ovos, que poderão eclodir após 14 dias. Os pais revezam o choco. Aos 21 dias os filhotes já estão prontos para deixar o ninho e com 4 semanas de idade já podem se alimentar sozinhos.

Manutenção:
Para a manutenção do Mandarim, assim como para outros “Diamantes”, recomenda-se uma gaiola mais comprida do que necessariamente alta, com no mínimo 45 cm de comprimento por 30 cm de largura e 30 cm de altura. O ninho pode ser de madeira, com uma única entrada, com 15 cm de altura e 11 cm para os lados. Um comedouro e um bebedouro sempre bem limpos são muito importantes. Evite colocar a gaiola em locais com correntes de ar e escuros. O banho de sol pela manhã é fundamental, porém não os esqueça lá, pois, assim como os humanos, eles sentem calor bem rápido. Aproveite para permitir que os Mandarins se banhem em uma tigela com água, atividade que eles adoram.



Manon


Fruto da intervenção humana na natureza, o Manon tem sua origem no Japão. Nesta região, assim como também na China, Índia, Tailândia e Sumatra, eram comuns pássaros classificados cientificamente por Lonchura striata, raríssimos hoje em dia. Do cruzamento de várias espécies deste gênero, surgiu o Lonchura domestica que é o Manon que nós conhecemos.

Seu nome deriva do francês Moineau du Japon (Pardal do Japão). Na Inglaterra é conhecido por Bengalese e nos Estados Unidos por Society Finch.

São pássaros pacíficos, que adaptam-se muito bem ao convívio com outras espécies. Dócil, esperto e fácil de criar, o Manon é o pássaro indicado para quem quer começar a criação de outros “Finches” ou Diamantes, como o Diamante de Gould, o Mandarim, o Bavete e o Sparow, entre outros.

Podem atingir 11 cm de comprimento. Suas cores variam do preto ao branco passando por cores como marrom-chocolate e canela. Podem exibir apenas uma cor (monocolor), duas (bicolor) ou três (tricolor).

Para concursos, são avaliados aspectos como a qualidade da cor das penas, que deve ser intensa e bem definida, o porte e as proporções das cores do corpo, que não devem conferir ao Manon a impressão de um pássaro gordo ou magro.

Por serem pássaros sociais é melhor mantê-los em grupo ou pelo menos em duplas. Chegam a viver mais de 5 anos.

Reprodução:
Não apresentam dimorfismo externo. Para diferenciá-los, observe os Manons na hora em que tomam sol ou banho. Geralmente os machos cantam mais, erguendo a cabeça e eriçando as penas. O período de incubação é de 13 a 18 dias e as fêmeas podem botar de 1 a 8 ovos. Após 45 dias os filhotes já são independentes.

Os Manons levam o papel da maternidade a sério. São muito utilizados como ama-seca de outros pássaros da mesma família, como Diamante de Gould e Mandarins. O macho reveza o choco com a fêmea. Interferências externas, como a abertura do ninho, não os atrapalha. Este instinto natural de chocar os ovos que os machos possuem causa confusão entre as pessoas que possuem dois machos e são surpreendidos ao vê-los em um ninho de outro pássaro chocando um ovo, fazendo menção a uma possível homossexualidade. Isto não procede, pois, assim como acontece com os humanos, na falta da mãe, o pai assume a responsabilidade.

Manutenção:
Para a manutenção do Manon recomenda-se uma gaiola mais comprida do que necessariamente alta, com no mínimo 45 cm de comprimento por 30 cm de largura e 30 cm de altura. O ninho de madeira pode ter 15 cm de altura e 11 cm para os lados. Recomenda-se o fornecimento de palha seca, estopa ou barbante para a confecção do ninho. Um comedouro e um bebedouro sempre bem limpos são muito importantes. Evite colocar a gaiola em locais com correntes de ar e permita o banho de sol pela manhã. Os Manons adoram se banhar e para isso coloque à disposição um recipiente com água.