sábado, 20 de março de 2010

Sabiá



Declamado na música e poesia brasileira “Minha terra tem palmeira onde canta o Sabiá...”, o Sabiá (Turdus sp.) é um dos símbolos do Brasil e encanta a todos com seu belo canto.

Encontram-se espalhados pelas Américas e Europa, sendo que no Brasil existem cerca de 11 espécies, entre elas o Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), o Sabiá-branco (Turdus leucolulus) e o Sabiá Verdadeiro ou Sabiá-da-mata (Turdus fumigatus). Muitos outros também são chamados de Sabiá, porém não pertencem ao gênero Turdus, como o Sabiá-cica (Triclaria cyanogaster), o Sabiá-do-campo (Mimus saturninos) e também o Sabiá-preto (Platycichla flavipes).

Assim como os Curiós, o canto dos Sabiás é marcado por variações regionais, em especial o canto do Sabiá-laranjeira. Este pássaro apresenta lindas variações como o canto Piedade (muito requisitado na região de Minas Gerais), o Camboriú, o Cai-cai-balão, e o To-to-ito. Pode ainda inserir nestes o canto do Curiango e do João-de-barro. Seu canto pode ser ouvido a partir de meados de setembro, antes mesmo de amanhecer. Este canto tem a função de demarcar território e atrair fêmeas.

O Sabiá-laranjeira mede cerca de 25 cm e pode viver até os 30 anos de idade. Possui uma coloração parda predominante sendo que a região ventral é de coloração ferruginosa, tornando-se levemente alaranjada. Seu bico é amarelo e as patas de cor parda.

Habitam áreas de matas, porém podem ser encontrados também em grandes centros urbanos, nas áreas arborizadas. Assim como outros animais da nossa fauna, o Sabiá só pode ser adquirido de criadores credenciados pelo IBAMA, caso contrário torna-se um crime ambiental.

Reprodução:
Não é possível diferenciar externamente os machos das fêmeas do Sabiá-laranjeira. Ambos constroem o ninho utilizando gravetos, fibras vegetais e barro. A postura é de 3 a 4 ovos em média, de cor esverdeada com pintas cor de ferrugem, e o período de incubação gira em torno de 14 dias. Os filhotes deixam o ninho após 20 dias, porém continuam a ser alimentados pelos pais por mais uma semana.

Manutenção:
O Sabiá precisa de gaiola ou viveiro apropriados, para que possam viver bem e com saúde. A gaiola deve ter no mínimo 100 cm x 45 cm x 50 cm. Esta deve ser posta em um local que receba sol, porém com uma parte sombreada. Deve-se evitar a movimentação da gaiola e a colocação de objetos estranhos dentro da mesma, pois estes pássaros assuntam-se facilmente, podendo vir a se machucar. Limpar sempre os recipientes de água e comida, bem como a gaiola. Evitar locais onde o calor é excessivo e onde existam correntes de ar, garantem condições melhores a estes pássaros.

Rouxinol Do Japão



Espécie que reúne todas as qualidades desejadas por um criador: possui lindas cores, nidifica e domestica-se com facilidade, é resistente e possui um canto muito melodioso.

Características:
Atinge cerca de 15 cm. A cabeça,
pescoço, o dorso, as laterais e as penas superiores da cauda são verde-acinzentados.


A garganta é amarelo brilhante, transformando-se em alaranjado na região do peito
.

Habitat:
Habitam áreas florestais, vivendo em pequenos grupos ou aos pares durante o período reprodutivo.

Cativeiro:
São melhor mantidos em aviários amplos, com muitos arbustos, onde poderão encontrar insetos para comer, esconder-se e nidificar na vegetação mais frondosa.

Reprodução:
A postura é constituída de 03 a 05 ovos que são incubados alternadamente pelo macho e pela fêmea, por um período de 12 dias. Os filhotes deixam o ninho com 03 semanas de vida.

Periquito Australiano



O Periquito Australiano (Melopsittacus undulatus) foi descrito pela primeira vez em meados de 1700, no continente australiano, onde era conhecido pelos aborígenes (nativos da região) por betcherrygah que significa “boa comida”. Atualmente figura na lista das aves mais populares do mundo.

Levado para a Inglaterra por John Gould em 1840, esta pássaro logo se espalhou por toda a Europa, tornando-se grande sensação devido ao seu comportamento em cativeiro. É também chamado de Periquito Ondulado ou Periquito Zebrado. Sua fama chegou aos Estados Unidos em meados do século XIX. Esta fama quase os levou à extinção, devido à caça.

De sua coloração original, verde claro com cabeça amarelada, originaram-se várias mutações selecionadas. Hoje podemos encontrar mais de 200 variações de cores a partir do verde, do amarelo, do azul, do cinza e do branco, em três tipos de tons: o claro, o normal e o escuro.

Os ingleses fixaram uma mutação que ficou conhecida por Padrão Inglês, cujas principais diferenças são: cabeça mais volumosa, onde o bico fica escondido; tamanho do corpo maior; manchas pretas da garganta mais definidas. O tamanho médio do periquito australiano é de cerca de 17 cm, enquanto que o padrão inglês atinge 20 a 22 cm de comprimento. Os periquitos de maneira geral vivem em torno de 12 anos e, se forem ensinados desde cedo, são capazes de falar, como em alguns casos relatados, até 200 palavras. O aprendizado, porém, requer paciência e perseverança.


Reprodução:
Na grande maioria dos Periquitos Australianos, a diferença entre macho e fêmea é possível devido à coloração da “carúncula” ou “cera”, nome este dado à saliência encontrada logo acima do bico. Nos machos ela é azulada, coloração que se torna mais intensa no período reprodutivo. Já nas fêmeas a carúncula é rósea e em alguns casos bege claro, tornando-se bem marrom, semelhante ao chocolate, no período reprodutivo. As fêmeas colocam até 6 ovos por vez, sendo que o período de incubação gira em torno de 18 dias. Cerca de 30 dias após a eclosão dos ovos, os filhotes já estão prontos para comerem sozinhos.

Na natureza os Periquitos fazem seus ninhos em árvores de madeira macia, sem forração. Alguns criadores experientes aconselham a forração do ninho com serragem, sendo que esta, principalmente após a eclosão dos ovos, deve ser trocada por ficar muito suja.

Manutenção:
O tamanho mínimo de gaiola para um casal é de 70 cm x 30cm x 40 cm (comprimento x largura x altura), de preferência em arame galvanizado, por serem mais higiênicas e mais fáceis de serem limpas. Deve conter um ninho tipo caixa (11 cm x 11cm x 11 cm) com um fundo côncavo e uma porta que facilite a limpeza, além de um bebedouro, um comedouro e uma tigela para que possam tomar banho. A gaiola deve ser colocada em um local que não pegue correntes de vento, porém que não seja abafado e permita banhos de sol de pela manhã. A higiene é muito importante para a prevenção de doenças e para a manutenção do bem estar destes graciosos pássaros.

Papagaios



Inteligentes e falantes, os Papagaios pertencem à família Psittacidae, juntamente com Araras, Agapornis, Cacatuas, Calopsitas, Roselas, Ring-Necks, Periquitos e Maritacas, entre outras 344 espécies espalhadas pelo mundo. O país que mais abriga Psitacídeos é o Brasil, com 72 espécies catalogadas, sendo chamada nas antigas cartas náuticas de “Terra Papagalis”.

Dentre os Papagaios mais populares do mundo temos o Papagaio Verdadeiro ou Baiano (Amazona aestiva), o Papagaio do Congo (Psittacus erithacus), o Papagaio-do-peito-roxo (Amazona vinacea), o Papagaio-do-mangue (Amazona amazonas), o Papagaio-campeiro (Amazona ochrocephala), o Papagaio-galego (Amazona xanthops) e o Papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis).

Podem ser ensinados a pedir coisas, cantar músicas e falar frases inteiras. Considera-se que os Papagaios tenham a inteligência de uma criança de 4 anos, portanto necessitam de atenção, brinquedos e distrações, para evitar problemas neurológicos, o estresse, o arrancar das penas, a agressividade ou gritos excessivos.

Os Papagaios do gênero Amazona (cerca de 28 espécies) estão entre os mais famosos do mundo. O Amazona aestiva aestiva encontra-se distribuído do Piauí ao Rio Grande do Sul (na faixa leste do Brasil) sendo encontrado também no Mato Grosso. Já o Amazona aestiva xantopteryx é encontrado no Paraguai, na Bolívia, no Mato Grosso e também na Argentina. A diferença principal entre eles é que o A. aestiva xantopteryx apresenta mais áreas amarelas na asa e menor quantidade de regiões vermelhas. De maneira geral estes papagaios possuem o predomínio do verde no corpo, variando muito a coloração da cabeça, o que serve inclusive como a “impressão digital” destas aves, pois o mesmo padrão nunca se repete.

O peso varia em torno de 500 g e seu tamanho é de 37 cm em média. Podem viver mais de 50 anos e durante este período irão necessitar de um companheiro (a). Por serem aves barulhentas e faladoras, é necessário estudar bem o ambiente onde serão colocadas, a fim de evitar aborrecimentos com os vizinhos.

A grande maioria dos Papagaios encontra-se ameaçada de extinção devido à captura ilegal (apenas 1 em cada 10 papagaios capturados sobrevive). É possível comprar estes companheiros de criadores credenciados ao IBAMA. O tráfico de animais silvestres é crime ambiental.


Reprodução:
A diferença entre machos e fêmeas não é possível ser visualizada externamente, sendo necessário um exame genético ou laparoscópico para a determinação do sexo. Atingem a maturidade sexual após os 4 anos de idade e o período reprodutivo ocorre entre os meses de outubro e fevereiro. A postura é de 3 a 4 ovos em média e o choco dura cerca de 28 dias. A fêmea passará a maior parte do tempo no ninho e o macho muitas vezes levará comida até ela. Após o nascimento, os filhotes permanecerão no ninho por mais 9 semanas aproximadamente.

Manutenção:
Erroneamente muitos Papagaios são mantidos em gaiolas de tamanho reduzido ou mesmo acorrentados, o que não é nada bom para sua saúde. Eles necessitam de espaço para se locomover, esticar as asas e voar, mesmo que uma pequena distância. A gaiola deve ter espaço para um recipiente com água na qual possam se encharcar durante os apreciados banhos. Brinquedos dos mais variados tipos para que possam se distrair, água e comida balanceada não devem faltar.

O viveiro para um casal necessita de, no mínimo, 2 m de largura, 1 metro de altura e 1 metro de comprimento. Deve ser instalado em um local calmo, onde possam tomar sol pela manhã e que não receba correntes de vento. Evite locais muito úmidos, barulhentos e abafados. O ninho de caixa de madeira com formato em L é o mais utilizado e deve ser instalado em um local abrigado da chuva.

Pássaro Preto



Muito sociável e companheiro, o Pássaro Preto (Gnorimopsar chopi) é uma ave nativa muito conhecida no país. Vale ressaltar que, apesar de seu nome científico, este pássaro não é o Chupim ou Chopim (Molothrus bonariensis), cujo macho é preto azulado e a fêmea amarronzada.

Também conhecido por Melro e Graúna, encontram-se distribuídos por todo Brasil, menos na região Amazônica. Habitam campos, cerrados e outras regiões de mata. Assim como ocorre com todos os animais pertencentes à fauna brasileira, sua comercialização só é permitida junto aos criadores legalmente cadastrados no IBAMA.

São capazes de aprender alguns truques e reconhecer os membros da família, aceitando carinhos e respondendo aos chamados com seu belo canto. Deve, porém, ser “treinado” aos poucos, pois assusta-se facilmente e um trauma maior poderá comprometer a saúde do pássaro, tornando-o medroso e arredio. O Pássaro Preto pode ainda aproximar sua cabeça das barrinhas da gaiola em troca de um afago.

Atingem cerca de 22 cm e na natureza são vistos em bandos, deslocando-se de um lado ao outro.

Reprodução:
Este pássaro não apresenta dimorfismo sexual. Aos 18 meses de vida já estão prontos para a reprodução. A fêmea coloca de 2 a 4 ovos e o período de incubação é de 14 dias em média. Após cerca de 40 dias os filhotes já estão prontos para sair do ninho.

Manutenção:
Não devem ser mantidos em locais com correntes de ar ou onde haja circulação excessiva de pessoas. Dar preferência por viveiros com galhos e árvores. Forneçer folhas de palmeira, capim e estopas para a confecção do ninho. Pendurar também alguns ninhos do tipo caixa com uma única abertura. Limpar sempre os recipientes de água e comida bem como a gaiola e fornecer um recipiente para que possam, eventualmente, banhar-se.

Mandarim


Pertencente à Família Estrildidae, assim como outros “Finches” ou “Diamantes” (Diamante de Gould, Manon, etc.). O Mandarim, Poephila (Taeniopygia) guttata, é um pássaro de fácil adaptação que apresenta uma mistura de cores invejável.

Sua distribuição natural ocorre na Austrália e também nas ilhas da Indonésia, próximas à Bali. É um pássaro de fácil manutenção, fato que os torna muito populares em todo mundo.

Alegres e dóceis, os Mandarins são indicados para quem está começando a criar pássaros, por serem mais resistentes às doenças que outras espécies. Apesar de não adoecerem facilmente, os Mandarins podem vir a arrancar suas penas devido ao estresse causado por superlotação, falta de espaço para voar ou ainda pela falta de material para confecção do ninho.

Estes pequenos pássaros que podem viver até 15 anos, atingem 9 cm de comprimento e devem ser mantidos em duplas ou em bando. Não são pássaros para serem afagados ou acariciados, devendo a observação ser a atividade predominante para aqueles que os tem ou pretendem ter.

Reprodução:
Os machos possuem as patas e o bico de cor vermelho-alaranjado intenso. Apresentam ainda as “bochechas” de coloração diferente, sendo laranja a cor mais comum. Possuem listras pretas e brancas no peito, o que confere a eles o nome “Zebra Finch”. Nas fêmeas a cor do bico e das patas é mais clara e elas não apresentam as “bochechas” diferenciadas ou as listras no peito.

Os Mandarins são bons pais, não abandonam o ninho e defendem muito seus filhotes. Após 11 a 12 semanas de vida as fêmeas já estão prontas para reproduzir, porém não é aconselhável o acasalamento antes dos 6 meses de idade.

O macho constrói o ninho utilizando pequenos pedaços de barbantes, capim e algumas penas caídas no fundo da gaiola. As fêmeas colocam de 3 a 8 ovos, que poderão eclodir após 14 dias. Os pais revezam o choco. Aos 21 dias os filhotes já estão prontos para deixar o ninho e com 4 semanas de idade já podem se alimentar sozinhos.

Manutenção:
Para a manutenção do Mandarim, assim como para outros “Diamantes”, recomenda-se uma gaiola mais comprida do que necessariamente alta, com no mínimo 45 cm de comprimento por 30 cm de largura e 30 cm de altura. O ninho pode ser de madeira, com uma única entrada, com 15 cm de altura e 11 cm para os lados. Um comedouro e um bebedouro sempre bem limpos são muito importantes. Evite colocar a gaiola em locais com correntes de ar e escuros. O banho de sol pela manhã é fundamental, porém não os esqueça lá, pois, assim como os humanos, eles sentem calor bem rápido. Aproveite para permitir que os Mandarins se banhem em uma tigela com água, atividade que eles adoram.



Manon


Fruto da intervenção humana na natureza, o Manon tem sua origem no Japão. Nesta região, assim como também na China, Índia, Tailândia e Sumatra, eram comuns pássaros classificados cientificamente por Lonchura striata, raríssimos hoje em dia. Do cruzamento de várias espécies deste gênero, surgiu o Lonchura domestica que é o Manon que nós conhecemos.

Seu nome deriva do francês Moineau du Japon (Pardal do Japão). Na Inglaterra é conhecido por Bengalese e nos Estados Unidos por Society Finch.

São pássaros pacíficos, que adaptam-se muito bem ao convívio com outras espécies. Dócil, esperto e fácil de criar, o Manon é o pássaro indicado para quem quer começar a criação de outros “Finches” ou Diamantes, como o Diamante de Gould, o Mandarim, o Bavete e o Sparow, entre outros.

Podem atingir 11 cm de comprimento. Suas cores variam do preto ao branco passando por cores como marrom-chocolate e canela. Podem exibir apenas uma cor (monocolor), duas (bicolor) ou três (tricolor).

Para concursos, são avaliados aspectos como a qualidade da cor das penas, que deve ser intensa e bem definida, o porte e as proporções das cores do corpo, que não devem conferir ao Manon a impressão de um pássaro gordo ou magro.

Por serem pássaros sociais é melhor mantê-los em grupo ou pelo menos em duplas. Chegam a viver mais de 5 anos.

Reprodução:
Não apresentam dimorfismo externo. Para diferenciá-los, observe os Manons na hora em que tomam sol ou banho. Geralmente os machos cantam mais, erguendo a cabeça e eriçando as penas. O período de incubação é de 13 a 18 dias e as fêmeas podem botar de 1 a 8 ovos. Após 45 dias os filhotes já são independentes.

Os Manons levam o papel da maternidade a sério. São muito utilizados como ama-seca de outros pássaros da mesma família, como Diamante de Gould e Mandarins. O macho reveza o choco com a fêmea. Interferências externas, como a abertura do ninho, não os atrapalha. Este instinto natural de chocar os ovos que os machos possuem causa confusão entre as pessoas que possuem dois machos e são surpreendidos ao vê-los em um ninho de outro pássaro chocando um ovo, fazendo menção a uma possível homossexualidade. Isto não procede, pois, assim como acontece com os humanos, na falta da mãe, o pai assume a responsabilidade.

Manutenção:
Para a manutenção do Manon recomenda-se uma gaiola mais comprida do que necessariamente alta, com no mínimo 45 cm de comprimento por 30 cm de largura e 30 cm de altura. O ninho de madeira pode ter 15 cm de altura e 11 cm para os lados. Recomenda-se o fornecimento de palha seca, estopa ou barbante para a confecção do ninho. Um comedouro e um bebedouro sempre bem limpos são muito importantes. Evite colocar a gaiola em locais com correntes de ar e permita o banho de sol pela manhã. Os Manons adoram se banhar e para isso coloque à disposição um recipiente com água.


Diamante de Gould


Descoberto pela primeira vez por uma expedição francesa que percorria o norte da Austrália em 1833, estes belos pássaros logo conquistaram a Europa e outros continentes. Os três primeiros exemplares capturados pela expedição francesa possuíam a cabeça vermelha e foram chamados, de acordo com os hábitos observados, Poephila mirabilis, que traduzindo significa Poe = erva ou grama, phila = amante e mirabilis = maravilhoso.

Alguns anos mais tarde, o ornitólogo John Gould observou e capturou o que ele considerou um outro pássaro, o Diamante de Gould de cabeça preta (Amaina gouldiae). Em homenagem a sua esposa Elizabeth, desenhista que o acompanhava em suas expedições, este pássaro recebeu o nome “Lady Gould” (“Senhora Gould”), como é conhecido internacionalmente. Em meados de 1877, Ramsay descreveu o Diamante de Gould de cabeça laranja (Poephila armitiana), sendo este o mais difícil de ser encontrado na natureza.

São encontrados na região de Kimberly, ao norte da Austrália e também na Nova Zelândia. Costuma voar em pequenos bandos ou em duplas por até três horas seguidas, pelos bosques e regiões pantanosas destas regiões, à procura de água e comida.

Em termos de classificação taxonômica o Diamante de Gould é dividido em Poephila mirabilis para os de cabeça vermelha, Poephila gouldiae para os de cabeça preta e Poephila armitiana para os de cabeça laranja ou amarela. Existem literaturas que tratam o gênero Poephila por Chloebia, sendo que ambos se referem a estes pássaros. Outros ainda consideram o gênero Poephila, a espécie gouldiae e as subespécies gouldiae (cabeça preta), mirabilis (cabeça vermelha) e armitiana (cabeça laranja ou amarela).

Em cativeiro existem muitas variações na coloração, conseguidas através de mutações fixadas.

São dóceis e calmos a ponto de acostumar com o criador e não se assustar na hora da colocação de alimentos dentro da gaiola.

Os Diamantes de Gould pesam em média 20 g e podem alcançar de 12 a 13 cm de comprimento. Se bem cuidados podem viver até 10 anos.

Reprodução:
Os Diamantes de Gould apresentam dimorfismo sexual, sendo que os machos apresentam as cores mais intensas e as fêmeas apresentam as cores mais pálidas. Na época de acasalamento o bico dos machos torna-se mais claro em relação ao contraste com as penas. As fêmeas colocam de 1 a 5 ovos que são chocados por 15 dias em média. Não são todos os casais que criam seus filhotes, sendo necessária a utilização de outros pássaros como “amas-secas” tal como o Manon. Estes pássaros tratarão os filhotes com a devida dedicação até que eles possam se tornar independentes, o que ocorre por volta do 45º dia após o nascimento.

Manutenção:
Por serem pássaros com vôo caracteristicamente horizontal, recomenda-se para a manutenção do Diamante de Gould uma gaiola mais comprida do que necessariamente alta, com no mínimo 60 cm de comprimento por 35 cm de largura e 40 cm de altura. O ninho de madeira pode ser vertical com 20 cm de altura e 12 cm dos lados, ou do tipo horizontal com 22 cm de largura e 11 cm de comprimento e altura. Recomenda-se o fornecimento de palha seca ou folhas secas de coqueiro para a confecção do ninho. Um comedouro e um bebedouro sempre bem limpos são muito importantes. Evite colocar a gaiola em locais com correntes de ar e permita o banho de sol e de água pela manhã. Cuidados simples como estes permitirão a você e ao pássaro conviverem juntos por muito tempo.

Curió


O Curió (Oryzoborus angolensis) é um dos pássaros canoros mais valiosos do país, podendo um bom exemplar ser trocado até por um automóvel zero quilômetro. Encontra-se distribuído em quase todo território nacional, de Pernambuco ao Rio Grande do Sul, passando por estados da região Centro-Oeste. Seu canto, para muitos similar ao som de um violino, apresenta características diferentes para cada região do Brasil. Como exemplo de cantos classificados, temos no Maranhão o canto Tiriba ou Timbira, em São Paulo o Praia Grande, dividido em outros três tipos, em Santa Catarina o Florianópolis e o Catarina, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais o Paracambi, na Paraíba o Vovô-viu e em Pernambuco o canto Vivi-te-téu entre outros. Além dos cantos regionais não classificados.

Seu nome, na linguagem indígena, significa “amigo do homem”. Mede aproximadamente 13 cm. Possui bico de cor preta, bem robusto, curto e forte. É um pássaro irrequieto que vive a pular de um poleiro para outro.

Atualmente o Curió (ou Avinhado), assim como muitos outros pássaros brasileiros encontram-se ameaçados de extinção, em decorrência da caça gananciosa, predatória e a destruição de seus ambientes naturais.

Esforços tem sido feitos entre criadores para que esta espécie não desapareça, bem como existe legislação que proíbe a captura e transporte destes animais em estado selvagem, sendo caracterizado como crime inafiançável. Somente exemplares oriundos de criadouros autorizados devem ser adquiridos.


Reprodução:
Os machos possuem uma coloração preta com o ventre castanho-avermelhado e uma mancha branca em cada asa. Já as fêmeas são amarronzadas com o ventre pardo.

Os Curiós já estão prontos para a reprodução após um ano de idade. O período de acasalamento inicia-se no final do inverno e dura até o término do verão. A média de ovos é de dois por postura e a eclosão ocorre cerca de 13 dias após a postura. Passados 30 dias do nascimento, os filhotes já estão prontos para sair do ninho. Os ninhos mais recomendados são feitos de bucha e são semelhantes aos dos Canários e Bicudos. Material para confecção do ninho, como barbantes, estopa e a própria bucha, devem ser deixados à disposição da fêmea durante o período de reprodução.

Manutenção:
As Gaiolas para os Curiós devem ter no mínimo 45 cm de comprimento, 30 cm de altura e 30 cm de largura. Devem conter um comedouro e um bebedouro de fácil remoção para a limpeza. Os Curiós gostam de tomar banho, então o uso de uma banheira plástica pela manhã se faz necessário. A limpeza regular é outro fator importante para a saúde destes pássaros. O sol também é muito importante, principalmente durante o começo da manhã e também no final da tarde. Mantenha a gaiola em um local seguro e abrigado de correntes de vento.


Cardeal



Ave realmente muito bonita, sua principal característica é o topete eriçado, de um vermelho intenso, que invade também o peito, em ambos os sexos. As partes superiores são acinzentadas, os olhos são marrom escuro, as pernas negras e a região ventral esbranquiçada. Possuem um canto alto e metálico.

Habitat: Vive em áreas abertas, com formações vegetais mais altas. Habitualmente, prefere postar-se em lugares altos.

Em geral, suportam bem as variações de temperatura e os rigores do inverno.

Cativeiro:
São animais de índole agressiva. É aconselhável mantê-los aos casais, em aviários amplos e altos, com muitos arbustos para que possam nidificar. É importante que tenham sempre à disposição água fresca, tanto para beber quanto para banhar-se.


Reprodução:
Antes do acasalamento o macho corteja a fêmea dançando em frente a ela, com as penas da cauda abertas e algo no bico. Na natureza, prefere construir seu ninho em vegetação mais densa, situando-o entre 02 a 04 m do solo. A postura constitui-se de 03 a 04 ovos, os quais macho e fêmea se alternam para incubar por 15 dias. Os pais também alimentam os filhotes, por mais 02 ou 03 semanas após deixarem o ninho, entre 14 e 17 dias após o nascimento. Adequadamente mantidos, podem viver até 20 anos.

Calafate



Conhecido também por Java Rice Finch ou Rice Sparow, o Calafate [Lonchura (Padda) oryzivora] é nativo das Ilhas de Bali e Java, na Indonésia. Foram introduzidos por marinheiros e viajantes em outros locais como Borneo, China, Japão, Ilhas Fidji, Malásia e Filipinas. Ávidos por arroz e aveia, eram considerados pragas agrícolas e exterminados aos milhares.

O nome Calafate vem de “calafetar”, atividade realizada pelos marinheiros que preenchiam as frestas dos barcos com estopa e piche, fechando-as bem. De forma semelhante faz o Calafate, que constrói seu ninho no formato de bola, bem vedado, com uma única abertura.

Possuem diversas variações de cores e penas muito sedosas. São ativos e curiosos e na natureza vivem em bandos. Sua coloração original é a cabeça preta e branca, com o restante do corpo em dois tons de cinza. Com os cruzamentos selecionados encontramos uma grande variedade de cores, incluindo pássaros inteiramente brancos. Podem chegar aos 15 cm de comprimento.

Reprodução:
Não é muito fácil a distinção entre machos e fêmeas pelo aspecto externo, porém os machos geralmente apresentam o bico e o contorno dos olhos mais vermelhos e também cantam, ao contrário das fêmeas.

Os Calafates formam um par para a vida toda. O macho constrói um ninho com fibras de coco, sisal, grama e outros materiais fibrosos, no formato de um túnel, onde a fêmea deposita de 4 a 7 ovos. Este ninho é construído dentro dos ninhos tipo caixa e o mesmo local é utilizado pelo casal nas próximas posturas. O período de incubação é de 15 dias em média. Após 1 mês os filhotes já saem do ninho, mas só começam a comer sozinhos uma semana após este evento.

Manutenção:
Os Calafates adoram banhar-se e esta atividade deve ser permitida diariamente para refrescá-los e deixar suas penas em boas condições. O banho relaciona-se também com o comportamento coletivo destes pássaros, pois quando um começa a banhar-se os outros o seguem.

A gaiola deve ser grande (mínimo de 70 cm de comprimento x 40 cm de largura e 30 cm de altura) para o casal e, se possível, possuir alguma planta ou camuflagem. Um ninho semelhante ao usado para Periquitos Australianos (20 x 20 x 20 cm) é recomendado. Mantê-los em local iluminado longe de correntes de ar e frio é muito importante já que são aves tropicais. Limpe sempre os recipientes de água e comida, bem como a gaiola.

Calopsitas



Parentes dos Papagaios e Cacatuas, as Calopsitas (Nymphicus hollandicus) são originárias da Austrália e foram descritas pela primeira vez em 1792.

Chegaram ao continente europeu, trazidas por expedições, por volta do ano 1840. Atualmente, junto com seus “primos”, os Periquitos Australianos (Melopsittacus undulatus), são os psitacídeos mais criados no mundo.
De fácil criação e vida longa (em média 18 anos, desde que bem cuidadas), as Calopsitas são recomendadas para quem deseja ter um belo pássaro sem muito trabalho.

No seu habitat natural, as Calopsitas vivem em bandos e gostam de nidificar em troncos de árvores mortas. São encontradas próximas a rios e cachoeiras e suas migrações são controladas pelo ciclo das águas.

Através de cruzamentos selecionados, partindo da coloração original amarelo-acinzentada, atualmente encontramos vários padrões de coloração, entre eles o canela, o arlequim e o prata.

O adestramento das Calopsitas requer muita paciência e não são todas que aprendem, porém os resultados são recompensados com belos assobios e a repetição de algumas músicas.


Reprodução:
As Calopsitas apresentam dimorfismo sexual, sendo que os machos possuem a coloração facial mais intensa. Uma vez formado o casal, desenvolvem um relacionamento cheio de afagos, permanecendo o tempo todo juntos. A fêmea coloca em média 5 ovos por postura. O trabalho de chocar os ovos é compartilhado entre o casal. Os ovos eclodem após um período médio de 18 dias e os filhotes estão prontos para deixar o ninho após 28 dias aproximadamente.

Manutenção:
Necessitam de bastante espaço para que possam voar e saltar de um poleiro para outro, sendo interessante uma gaiola mais comprida do que alta. Uma gaiola de 1 m x 30 cm x 40 cm é o mínimo para uma Calopsita. A gaiola também deve conter um ninho tipo caixa com cerca de 35 cm de altura e 20 cm nas laterais. Um comedouro, bebedouro e água para banho em uma tigela são fundamentais. É interessante a colocação em um local ventilado, que receba sol pela manhã, mas que não pegue correntes de ar. A limpeza diária é importante para o bem estar destas belas aves.

Canários



Há mais de 5 séculos estes belos, coloridos e canoros pássaros, capazes de formar duetos e quartetos musicais, tem encantado milhares de pessoas no mundo todo.

São originários das Ilhas Canárias, localizadas na costa oeste da África, que curiosamente receberam este nome dos romanos não pelos Canários, mas devido aos cães (canis em latim) de grande porte que ali habitavam. Acredita-se que os primeiros registros sobre Canários datem do ano 1402.

Muito utilizados pelos marinheiros como animal de estimação, os Canários conquistaram a Europa e o mundo rapidamente.

Antes da Revolução Industrial era comum a manutenção de Canários pelos artesões nas oficinas e lojas, como forma de entretenimento. Essa prática de manter os Canários no local de trabalho foi adotada também pelos mineiros de carvão, que os utilizavam como alarme, pois caso estes morressem dentro da mina era sinal de que havia vazamento de gás.
Da época do descobrimento do Canário selvagem (Serinus canarius), de cor verde acinzentada, até os dias de hoje, muito se fez através das criações seletivas.

Atualmente existem 4 agrupamentos de raças de Canários: Canários silvestres, Canários de cor, Canários de canto e Canários de porte ou postura.

Dentre os Canários silvestres, encontramos no Brasil o Canário-da-terra, assim chamado em oposição aos Canários-do-reino, trazidos pela corte portuguesa quando aqui se instalaram.

Em relação aos Canários de cor, existem hoje mais de 300 cores catalogadas, sendo agrupadas em: cores melânicas preto-castanho, melânicas castanho, lipocrômicas, ágatas e Isabel.

Já entre os Canários de canto, destacam-se algumas raças como a Harzer, também conhecida por Harz ou Belga de origem alemã, a Malinolis, descendente de Canários belgas da região de Flandres (cidade de Malines) e o Timbrado Espanhol, criado na Espanha desde 1700.

Canários de porte ou postura recebem esta designação devido à forma do corpo e a posição que adquirem no poleiro. Os Canários de porte dividem-se em Ingleses (Norwich e Yorkshire) e Frisados (do Norte e do Sul).

Reprodução:
O ciclo de reprodução dos Canários, da postura dos ovos até a saída do ninho, dura em torno de 30 dias. Neste período é importante o mínimo de perturbações possíveis, para não interferir nos processos biológicos envolvidos. A sexagem dos indivíduos se faz por observação da região anal. A diferença entre machos e fêmeas também pode ser percebida pela diferença do canto. Apesar de algumas fêmeas cantarem, seu canto não tem a mesma intensidade ou o volume do canto dos machos. A fêmea coloca 5 ovos em média (um por dia, na parte da manhã). O macho e a fêmea revezam o choco e o período de incubação é de cerca de 15 dias.

Manutenção:
Existem vários tipos de gaiolas para Canários: gaiolas para Canários cantores, gaiolas para criação e voadeiras. Para a manutenção de Canários em casa, é interessante a opção de uma gaiola de no mínimo 60 cm de comprimento, 30 cm de largura e 40 cm de altura, com comedouro, bebedouro, uma banheira rasa (2,5 a 3 cm em média) e alguns poleiros.
A limpeza é fundamental para a prevenção de doenças. Por isso, é interessante que a gaiola tenha uma bandeja removível que facilite o processo. Você pode optar por forrá-la com algum papel absorvente (tipo jornal) que deve ser trocado diariamente. Troque também a água diariamente e limpe os demais recipientes. Faça a desinfecção do bebedouro, comedouro, banheira e fundo da gaiola no mínimo duas vezes por semana. É interessante a retirada da banheira para evitar banhos à tarde. Evitar correntes de vento e locais úmidos e muito movimentados são cuidados que também auxiliam no bem estar destes canoros pássaros.

Bicudo



Seu canto melodioso, semelhante a uma flauta, faz do Bicudo (Oryzoborus maximiliani) um dos pássaros canoros mais famosos do Brasil. Costumam viver em áreas isoladas próximas às regiões alagadiças, pelos estados de Minas Gerais, Bahia e também na região Centro-Oeste. São pássaros territorialistas e, nos períodos de acasalamento, não permitem que outros pássaros (Curió, Azulão) adentrem pelos seus limites demarcados.

Pertence ao mesmo gênero do Curió e diferencia-se deste por apresentar o corpo todo preto (macho) e ser um pouco maior (15 cm em média). A coloração do bico e o canto variam de uma região para outra. Para campeonatos os bicudos são divididos de acordo com seu estilo de canto (fibra, canto, canto livre, peito de aço e pardo). Entre os cantos mais apreciados encontramos o Goiano, o Alta Mogiana e o Grego.

Possui os sentidos da visão e audição muito apurados e um bico cônico utilizado com destreza na alimentação. Podem viver cerca de 30 anos e valer verdadeiras fortunas.

Devido à caça predatória os Bicudos encontram-se ameaçados de extinção e só podem ser comercializados junto aos criadores que estejam legalmente registrados no IBAMA. O não cumprimento desta legislação é caracterizado por crime ambiental inafiançável.

Reprodução:
A fêmea do Bicudo, assim como os exemplares jovens, apresenta uma coloração marrom que os diferencia do macho adulto, que é preto com apenas uma manchinha branca em cada asa.

Recomenda-se ter cuidado ao juntar o casal para a reprodução, não devendo dispor para o acasalamento Bicudos com menos de 1 ano de idade. A utilização de ninhos tipo cestos, semelhantes aos de Canários, ou feitos com casca de coco seca é indicada. Disponibilize fibras vegetais e capim para a forração do ninho. A fêmea coloca dois ovos em média e os choca por cerca de 18 dias. Após o 20º dia do nascimento os filhotes já estão prontos para deixar o ninho, porém ainda serão alimentados pelos pais até a fêmea começar a nidificar, ou seja, próximo do 45º dia, época em que realizam a primeira muda.

Manutenção:
O Bicudo pode ser mantido em um viveiro que contenha uma árvore bem copada ou em gaiolas de 60 cm de comprimento, 35 cm de altura e 25 cm de largura, com uma divisória para separar a fêmea dos filhotes no momento certo. Limpar diariamente os recipientes de água e comida, bem como a gaiola. Acrescentar um recipiente onde ele possa, eventualmente, banhar-se. O banho ajuda também durante o período do choco, garantindo a umidade para os ovos. Evitar locais muito movimentados e com correntes de vento, principalmente na época da muda.

Beija-flor



Entre os diversos gêneros e espécies da família Trochilidae, que engloba Colibris e Beija-flores, encontramos o Beija-flor-cauda-de-tesoura (Eupetomena macroura). Difere dos demais membros desta família devido ao seu grande porte (chega a medir 17 cm) e a sua grande cauda bifurcada, que justifica seu nome popular.

Machos e fêmeas diferem quanto à coloração, sendo esta nos machos mais intensa. O efeito fruta-cor de suas penas é obtido devido à passagem de luz através das estruturas iridescentes presentes em suas penas.

A fêmea é responsável pelas tarefas de construção do ninho, choco, alimentação e a proteção aos filhotes. Constrói o pequeno ninho nas forquilhas das árvores, utilizando líquens, musgos, folhas e painas, revestindo-os depois com teias de aranha, o que garante impermeabilização e resistência. O pequeno ninho de forma cilíndrica comporta dois pequenos ovos. Após 3 ou 4 semanas do nascimento os filhotes já estão prontos para deixar o ninho.

São extremamente territorialistas. Chegam literalmente a tomar conta de uma árvore ou fonte de alimento, dando rasantes e perseguindo quem adentrar seu território. Realizam sozinhos suas tarefas, como alimentar-se ou tomar banho. Normalmente são vistos aos pares apenas no período reprodutivo, quando realizam uma belíssima corte composta por vôos e sons.

O Beija-flor é uma das poucas aves capaz de voar para trás ou permanecer parada no ar em pleno vôo. Capazes de bater suas asas 70 ou mais vezes por segundo, dependendo da espécie, necessitam de bastante energia para esta façanha. Esta energia é obtida de insetos que capturam durante o vôo e também do néctar que retiram das flores, com o auxílio de seu fino bico e de sua língua comprida. Algumas espécies chegam a visitar mais de 1000 flores diariamente.

Na natureza são encontrados nos mais diversos ambientes: matas, cerrados e campos. Infelizmente encontram-se ameaçados, pois a destruição destes ambientes prejudicam os Beija-flores, Colibris e outros pássaros como Cambacicas (ou Sebinho) e Sanhaços, pois reduz os locais de refúgio, reprodução e alimentação.

Araras


Aves notáveis por sua coloração e comportamento, as Araras atraem a todos com sua simpatia. Juntamente com os Papagaios, são consideradas as aves mais inteligentes do mundo. São bastante longevas, chegando aos 70 anos de idade. Encontram-se espalhadas pelas Américas e, no Brasil, podem ser encontradas no Amazonas, no Nordeste e nas regiões do Planalto Central. Infelizmente o desmatamento e o tráfico ilegal de animais silvestres tem dizimado populações inteiras destas coloridas aves.

Inúmeras espécies estão atualmente ameaçadas de extinção, entre elas a Arara-azul ou Araraúna (Anodorhynchus hyacinthinus), e a Ararajuba (Aratinga guarouba). Algumas já são consideradas extintas como a Arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus) ou praticamente extintas como a Ararinha azul (Cyanopsitta spixii) e a Arara-azul-de-Lear (Anodorhynchus leari).

Felizmente muitas organizações e instituições tem trabalhado arduamente para a preservação e perpetuação destas belíssimas aves. Atualmente é possível a compra destes animais em criadouros comerciais registrados legalmente no IBAMA, portanto não estimule o tráfico de animais silvestres.
A Arara Canindé (Ara ararauna), a Arara-vermelha-de-asas-amarelas (Ara macao) e a Arara-vermelha-de-asas-verdes (Ara chloroptera) são atualmente as araras mais populares e comercializadas.

A Arara Canindé possui o corpo predominantemente amarelo, com as asas azuis. Sua cabeça apresenta as cores branca, preta, amarela, azul e verde. Já a Arara-vermelha possui a cabeça e o corpo vermelhos, com detalhes verdes, amarelos e azuis nas asas, variando com a espécie.

Reprodução:
Monogâmicas, isto é, formam um casal para a vida toda, as Araras vivem em bandos e nidificam em fendas de falésias e troncos ocos. O período reprodutivo ocorre entre os meses de inverno e primavera. A fêmea coloca de 2 a 4 ovos em intervalos de 2 a 4 dias entre um ovo e outro. O período de incubação dura cerca de 28 dias. O macho é responsável por alimentar a fêmea durante todo este período. Após 12 semanas os filhotes saem do ninho já com aspecto semelhante aos adultos, porém irão depender dos pais por mais alguns meses. As crias podem se tornar muito brincalhonas e carinhosas se forem criadas à mão nas suas últimas etapas juvenis. Aos dois anos já exibem a plumagem de adulto.


Manutenção:
Necessitam de bastante espaço onde possam se desenvolver de forma natural. Os viveiros podem ser de no mínimo 2 m x 2 m x 2 m, sem tamanho máximo definido. Deve possuir uma parte abrigada da chuva e também um abrigo de inverno, como se fosse uma caixa de alvenaria (para que não a destruam) com apenas uma porta de entrada. O viveiro necessita de um chão prático para ser limpo, como areia ou cimento polido, vários galhos de diferentes diâmetros e, de preferência algumas árvores, vegetações rasteiras e artefatos para que se distraiam. Fornecer material para que possam forrar o ninho.

Disponibilizar tigelas de comida e bebedouros sempre limpos e oferecer oportunidade de banho, seja por meio de água da chuva (uma parte do viveiro descoberta), recipientes ou pulverizadores de água.

Azulão



Pássaro de coloração exuberante e dono de um belo canto, o Azulão (Cyanocompsa brissonii) compõe, juntamente com o Bicudo e o Curió, o seleto grupo dos pássaros canoros.

Encontram-se espalhados pelas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil e também na Argentina. Pertence a família dos Frigilídeos e é também conhecido por Gurundi-azul e Reina-Mora.

Não é um pássaro muito social e normalmente é avistado sozinho junto às matas ciliares e campinas. Seu canto afável divide-se em dois tipos principais: Canto Normal e Surdina, sendo este último um dos cantos mais belos que um pássaro pode realizar. Da mesma forma que o canto dos Curiós varia de uma região para outra, assim também ocorre com o Azulão cujo canto é marcado por vários “dialetos”.

Possuem um bico triangular e rude semelhante ao de Bicudos e Curiós. Sua cor é de um azul intenso com as extremidades das asas mais escuras e as patas de coloração semelhante ao bico. Mede cerca de 16 cm e não é raro ser confundido com o Azulinho (Cyanoloxia glauco cerulea), de coloração mais clara, pertencente a mesma família, porém a outro gênero.

Reprodução:
O Azulão macho difere-se externamente da fêmea devido à coloração amarronzada que ela apresenta. O período reprodutivo inicia-se no final da primavera. A fêmea coloca 2 ovos em média e o período de incubação é de cerca de13 dias.

Os pais cuidam dos filhotes que estarão prontos para sair do ninho após o 15º dia do nascimento. Os filhotes podem ser separados dos pais após cerca de 40 dias. Alguns criadores recomendam a colocação de um macho para 3 fêmeas com gaiolas criadeiras individuais.


Manutenção:
Recomenda-se a utilização de gaiolas com no mínimo 60 cm de comprimento, 35 cm de altura e 30 cm de largura. Manter em local fresco e arejado e evitar correntes de ar. O ninho pode ser tipo taça com 6 a 8 cm de profundidade. Disponibilizar fibras vegetais (bucha, sizal, capim e fibras de coco) para a forração do ninho. Limpar sempre os recipientes de água e comida, bem como a gaiola. Acrescentar um recipiente onde ele possa, eventualmente, banhar-se.

Agapornis




Estes simpáticos e multicoloridos periquitos, de fácil manutenção, rapidamente conquistaram a todos. São também conhecidos por “LoveBirds”, termo em inglês originado do grego Agapornis: (agape = amor; ornis = ave ou pássaro), devido ao fato de formarem um casal para a vida toda.

Os Agapórnis são originários de diversas regiões do continente africano, incluindo Madagascar, Naníbia e Zimbabue. Pertencem a família dos Psitacídeos, onde estão incluídos também os Periquitos Australianos, Roselas, Caturritas, Maritacas, Calopsitas, Papagaios e Araras, entre outros.

O gênero Agapornis divide-se em 9 espécies: A. cana, A. fisher, A. liliane, A. nigrigenis, A. personata, A. pullaria, A. roseicollis, A. swinderniana e A. taranta. O menor é o Agapornis cana com cerca de 13 cm e o maior é o A. taranta com cerca de 18 cm e 60 gramas de peso. De maneira geral, o Agapórnis mede cerca de 16 cm de comprimento e seu peso varia em torno de 35 a 55 g.

Reprodução:
As únicas espécies que apresentam dimorfismo sexual, isto é, permitem identificação de machos e fêmeas através de características externas, como a coloração das penas, são a A. cana, A. taranta e a A. pullaria. Nas demais, apenas diferenças internas são perceptíveis: os machos apresentam os ossos da bacia mais fechados e pontudos, enquanto que os ossos das fêmeas são mais abertos e arredondados. Normalmente o macho é menor e mais calmo, enquanto a fêmea costuma ser mais “faladora” e agitada, porém sempre existem exceções.

O Agapórnis pode realizar três posturas por ano. A média de ovos varia entre 2 a 6, sendo que a eclosão ocorre cerca de 23 dias após a postura do primeiro ovo. Quem constrói o ninho é a fêmea. O macho pode brincar com os materiais para a construção do ninho, como palha de milho, capim, folhas secas de coqueiros e gravetos, mas não os leva para o ninho.

Manutenção:
Podem ser criados em gaiolas com no mínimo 80 cm de comprimento, 50 cm de largura e 60 cm de altura. A gaiola deve conter um ninho horizontal tipo caixa, com 30 cm de altura, 15 cm de largura e 15 cm de comprimento aproximadamente, com sala e quarto, sendo que no quarto o fundo deve ser côncavo. O ninho para a espécie A. fisher pode ser vertical, com as seguintes medidas 20 cm x 15 cm x 15 cm aproximadamente. Ambos devem ter cerca de 5 cm de entrada, com um poleiro. A gaiola ainda deve possuir um comedouro e um bebedouro fixos para que eles não derrubem, porém removível para a limpeza, além de uma tigela com água para que se banhem. A água deve ser fresca e trocada todos os dias. Limpeza é fundamental para a prevenção de doenças. Para isso, é interessante que a gaiola tenha uma bandeja removível para facilitar a limpeza. Você pode optar por forrá-la com algum papel absorvente (tipo jornal) que deve ser trocado diariamente. Faça a desinfecção do bebedouro, comedouro, banheira e fundo da gaiola, no mínimo duas vezes por semana.

Os Agapórnis são alegres e expertos. Coloque alguns “brinquedinhos” na gaiola para que façam exercícios e se distraiam. Alguns poleiros espaçados também são úteis e possibilitarão muitas vezes observar o “namorico” destes belos pássaros.